Numa de minhas muitas fuçadas no
Soundcloud acabei descobrindo o trabalho de André Iarozinski e o que mais me
chamou atenção foi saber que o rapaz fazia absolutamente tudo sozinho, por isso
resolvi “investigar”.
Esse curitibano de 24 anos,
cantor, compositor, músico e produtor (ufa!) esbanja talento de forma simples e
é praticamente impossível não se deixar levar pela emoção de sua música.
André Iarozinski
Confiram a entrevista em que
André conta um pouco sobre seu trabalho:
1)
Como surgiu à ideia de começar esse projeto?
Bom,
tudo começou há uns três anos.
Eu
sempre gostei de musica, comecei a tocar baixo com 14 anos, aí tive bandas com
amigos, depois toquei em bandas de metal melódico e fazia algumas apresentações.
Com
18 anos veio o vestibular e tudo ficou mais apertado em questão de "tempo
livre".
Então
lá pelos meus 20 anos eu comecei a montar um home-studio, investi em uma placa
de som, comprei uma.
Guitarra
de 120 reais (tenho ela até hoje, risos), e comecei a pesquisar e procurar
conhecer sobre gravações caseiras.
Foi então
em dezembro de 2012, eu em casa, sem internet, sozinho, com meus
instrumentos... resolvi fazer uma música.
A
música "Madrugada”, que na verdade é a descrição daquela madrugada de
dezembro.
Foi
assim que tudo começou.
2)
Sei que você grava todas as suas músicas sozinho. Como se dá esse processo?
O
processo de gravação não é uma regra que sigo, mas geralmente costuma ser
assim: na maioria das vezes tudo sempre se inicia em uma noite solitária (risos).
Começo
a procurar acordes no teclado e/ou no violão.
Uma progressão
de acordes não é necessariamente a primeira coisa que faço às vezes eu começo
por uma melodia.
Depois
começo a montar a bateria ou percussão da musica no computador utilizando
softwares vsti´s.
Tentando
"casar" a percussão com a melodia, e começando a estruturar a musica,
mas tudo de acordo com o que a "música pede".
Há
casos onde não se tem a estrutura mais comum (intro, base, pre refrão, refrão, base,
pre refrão, solo, refrão).
A música
“A reflexão" é um exemplo bem claro disso, tanto que a bateria chega até a
irritar às vezes por ser um pouco repetitiva (risos).
Após
ter tudo o que mencionei anteriormente, o próximo passo é gravar o baixo sobre
a bateria.
Nesta
etapa, já tenho a bateria, o baixo e o teclado com a harmonia e a melodia da música.
Então
vem a hora de compor a letra e encaixá-la na melodia (isso geralmente leva
tempo e sempre passa por vários ajustes).
Essas
etapas da criação de uma música não seguem estritamente esta ordem, mas é mais
ou menos por ai.
Por
fim, gravo as partes que “pedem” uma guitarra ou um violão e em seguida gravo a
voz.
Quando
tudo que precisava ser criado e inserido na música for feito a última etapa é a
mixagem e a masterização.
A etapa
mais crítica, e a que considero mais importante depois da composição da
melodia.
Vou
ajustando os volumes dos instrumentos, posição deles no campo estéreo (esquerda,
direita), faço a equalização quando necessário, e ajusto a dinâmica dos instrumentos
com compressores e compressores multibanda, insiro efeitos como delay e reverb e
os ajusto para preencher como desejo o “espaço” sonoro da música.
Eu
acho que é isso, porém sempre a ouço finalizada algumas vezes e novamente volto
à etapa de masterização para fazer um último ajuste fino.
3)
Quais são as suas maiores inspirações?
Minhas
inspirações... hummm...
Eu
fico meio confuso de responder, mas eu só sei que amo fazer isso.
É
muito legal você começar a fazer uma música e ao longo da noite vê-la ficando
legal, isso é animador, é magico eu diria.
É
algo que gosto tanto que já tive até problemas com relacionamento devido às
gravações (risos).
Eu
acho a música uma coisa incrível, ela é algo que guarda lembranças, traz a tona
as nossas emoções.
Mas
acho que continuo fazendo e pretendo continuar fazendo, pois a cada vez que
componho uma nova música, eu consigo ver o que eu realmente sou, me vejo de um
outro ponto de vista, consigo "ouvir" meu eu interior.
André Iarozinski- Nenhuma solução
4)
Por que você classifica suas músicas como Indie Rock Alternativo Psicodélico? Alguém
já havia tentado rotular seu som antes desta definição?
Pois
é... Não é uma definição exata, a definição de um gênero musical é dada na
maioria das vezes pelos instrumentos utilizados e pelo timbre deles.
Acredito
que o termo indie seja o que define de certa forma meu som, pois o termo
"indie" é uma gíria da língua inglesa para a palavra que seria
"independente", ou seja, músicos e bandas que lançam álbuns através
de gravadoras independentes ou através deles mesmos.
Mas
"indie rock alternativo psicodélico" foi por opiniões e comentários
de ouvintes.
5) O
que podemos esperar para este próximo semestre que se aproxima?
De
agora em diante, pretendo continuar compondo seguindo a mesma linha, talvez
músicas um pouco mais acústicas, talvez um pouco mais eletrônicas.
Provavelmente
demore para eu fazer apresentações por questões de tempo, mas vou continuar
como estou fazendo: gravando músicas avulsas e as lançando no Soundcloud.
Talvez
possa sair algumas canções em inglês, mas nunca abandonarei o português.
Pretendo
buscar e utilizar novos timbres e criar músicas com uma ampla faixa dinâmica,
músicas com
grande
variação de volume, como por exemplo, a música clássica.
6)
Deixe um recado para a galera que lê o blog e para a equipe do Cena Underground
BR.
Só
tenho a agradecer a atenção e a curiosidade dos ouvintes que leram a entrevista
e por gostarem de apreciar o som da galera que assim como eu, dedica tanto
tempo com isso.
Para
no final de tudo, sobrar somente um arquivo digital composto apenas por números
binários. Números que registraram o que um dia foi a emoção, a alegria, a
angústia ou o sentimento de alguém.
Quero
agradecer também a minha amiga Angélica Souza por me dar a oportunidade de
participar dessa entrevista e a todos que leram até o final (risos).
Um
grande abraço
André
Iarozinski
Gostou da entrevista? Para acompanhar e saber mais sobre o trabalho de André Iarozinski é só ficar de olho nas redes sociais:
O ano de 2015 chegou com força total e nós do Cena Undergound BR, resolvemos entrar nessa vibe também. Por isso fique de olho nas novidades.
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